A Semana Mundial do Aleitamento Materno, foi celebrada de 1 a 7 de agosto, e destaca não apenas a importância do leite materno para o bebê, mas também os cuidados necessários com a saúde da mulher durante a gestação e o puerpério. Este é um período de altas demandas fisiológicas, no qual o corpo materno se adapta para gerar, nutrir e cuidar de uma nova vida — e, consequentemente, sua própria saúde osteoarticular e metabólica também exige atenção. ...e qualquer estratégia nutricional, incluindo a suplementação de colágeno, deve ser previamente avaliada e orientada por profissionais de saúde capacitados, como médicos e nutricionistas.
Mudanças hormonais, aumento do peso corporal, maior demanda de cálcio e alterações biomecânicas fazem com que muitas mulheres relatem desconfortos como dores nas articulações, sobrecarga na lombar, joelhos, quadris e sensação de cansaço estrutural durante a gestação e principalmente no pós-parto. Uma revisão de literatura recente (FOSCHERA, GIARETTON, 2024) aponta que a prevalência de dor lombar durante a gestação varia entre 50% e 80%, sendo necessárias estratégias nutricionais relevantes para ajudar neste quadro clínico. Uma revisão sistemática recente aponta que a prevalência de dor lombar durante a gestação varia entre 50% e 80%, sendo necessárias estratégias nutricionais e de suporte para auxiliar no quadro. (Salari et al., 2023)
Esse quadro está diretamente relacionado às adaptações fisiológicas da gestação, que incluem um aumento natural da laxidade ligamentar, resultado da produção do hormônio relaxina, que promove maior elasticidade dos tecidos, mas também favorece desconfortos articulares. Além disso, ocorre uma redistribuição de minerais, especialmente cálcio e magnésio, com prioridade para a formação óssea fetal e, posteriormente, para a composição do leite materno. Esse processo, embora essencial para o desenvolvimento do bebê, pode gerar impactos na saúde óssea e articular materna, contribuindo para uma perda de densidade óssea transitória e sobrecarga sobre articulações e tendões, aumentando o risco de desconfortos e lesões durante a gestação e o puerpério.
Neste artigo será explorado o papel do colágeno na interface materno-fetal e no período de aleitamento materno, ressaltando que, qualquer conduta nutricional no período gestacional e no puerpério deve ser orientada por médico e nutricionista.
O colágeno desempenha um papel estrutural e funcional essencial no ambiente materno-fetal, sendo o principal componente da matriz extracelular no útero, na placenta e nas membranas fetais. Sua atuação garante suporte estrutural, resistência, elasticidade e organização tridimensional aos tecidos maternos e fetais, além de ser fundamental nos processos de adesão, proliferação e invasão do trofoblasto, etapas determinantes para o sucesso da implantação e formação adequada da placenta. ...processos fundamentais para a fixação do embrião no útero e para a formação de uma placenta saudável.
Além da função estrutural, o colágeno exerce um papel crucial na modulação imunológica durante a gestação. Ele contribui diretamente para a tolerância imunológica materno-fetal, um mecanismo fundamental para que o sistema imunológico da mãe não reconheça o feto como um corpo estranho. Essa função ocorre por meio da interação do colágeno com receptores específicos como LAIR-1 e integrinas, modulando a atividade das células Natural Killer (NK) e reduzindo sua citotoxicidade, o que favorece um ambiente imunologicamente tolerante.
O colágeno também tem participação fundamental no remodelamento vascular e na angiogênese, processos essenciais para garantir um adequado fluxo sanguíneo para a placenta. Ele está diretamente envolvido na formação e remodelação das artérias espiraladas do útero, estruturas responsáveis por nutrir adequadamente o feto.
Shi et al. (2020) avaliou em uma revisão as condições patológicas na gravidez e a relação com o colágeno. Em casos de abortos de repetição, os autores observaram que mulheres acometidas por essa condição apresentam uma redução na expressão de colágeno tipo IV e tipo V no endométrio e na decídua, o que compromete a tolerância imunológica materno-fetal e prejudica a estabilidade do sítio de implantação, fatores cruciais para a manutenção da gestação.
Na condição de diabetes gestacional, a hiperglicemia favorece o acúmulo excessivo de colágeno tipo I e tipo V na decídua, acompanhado de uma redução na expressão de colágeno tipo III. Esse desequilíbrio afeta diretamente a a capacidade de adaptação dos tecidos do útero e o processo de decidualização - processo pelo qual o endométrio se transforma em decídua, um tecido especializado que acomoda e nutre o embrião em desenvolvimento durante a gravidez - impactando a capacidade adaptativa do útero durante a gestação.
Em casos de pré-eclâmpsia, outra patologia complicativa na gestação, há um acúmulo de colágeno tipo I e IV, associado à redução na atividade das metaloproteinases (MMP-2 e MMP-9). Esse cenário pode levar à fibrose placentária, isquemia e falhas no remodelamento das artérias espiraladas, características marcantes dessa síndrome, que comprometem o fluxo sanguíneo adequado para a placenta e o desenvolvimento fetal.
O equilíbrio entre a síntese, organização e degradação do colágeno no interface materno-fetal é fundamental para uma gestação saudável. Alterações nesse equilíbrio estão diretamente relacionadas a complicações como abortos, pré-eclâmpsia e ruptura prematura de membranas.
Durante o puerpério e a amamentação, o corpo materno permanece em um estado de alta demanda metabólica e estrutural, especialmente para suportar a produção de leite, a recuperação tecidual e a manutenção da saúde óssea e articular. A perda transitória de densidade mineral óssea durante o aleitamento é um fenômeno documentado na literatura, associado à mobilização de cálcio para a lactação. A matriz óssea, composta majoritariamente por colágeno tipo I, oferece suporte estrutural fundamental para a deposição de cálcio e outros minerais. Portanto, a integridade dessa matriz é crucial para a saúde óssea, especialmente durante e após a lactação.
Embora a maioria dos estudos científicos foque em cálcio e vitamina D, pesquisas emergentes indicam que a matriz orgânica do osso, composta especialmente por colágeno tipo I, é igualmente essencial para garantir resistência óssea e manutenção da integridade articular, sobretudo em mulheres.
Avaliação individualizada da suplementação de colágeno a gestação e lactação (H3)
Apesar dos benefícios já bem estabelecidos da suplementação de colágeno para a saúde osteoarticular, integridade dos tecidos conjuntivos e suporte estrutural, é importante destacar que ainda existem limitações na literatura científica quando se trata de estudos específicos com gestantes e lactantes. A maioria das evidências disponíveis é baseada em pesquisas realizadas com populações adultas saudáveis, atletas ou mulheres no climatério e pós-menopausa, com poucos ensaios clínicos dedicados exclusivamente ao período gestacional e ao puerpério.
Por esse motivo, o acompanhamento com um profissional de saúde habilitado, como nutricionistas e médicos, torna-se essencial, uma vez que esse profissional poderá avaliar a necessidade individual, as condições fisiológicas e adaptar a suplementação de forma segura, responsável e baseada nas particularidades de cada fase da vida, considerando também a sinergia com outros nutrientes fundamentais, como vitamina C, zinco e magnésio, principalmente em mulheres no período da gestação e lactação.
Em fases como gestação e amamentação, em que a segurança do que se consome impacta não apenas a saúde da mulher, mas também a do bebê, torna-se ainda mais essencial priorizar suplementos de empresas com rigor científico, controle de origem e rastreabilidade completa.
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Fontes:
FOSCHERA, Laura Rossetto; GIARETTON, Joana Grando. Prevalência e manejo da dor lombar na gestação: uma revisão de literatura. Revista de Ciências da Saúde – REVIVA, Itapiranga, v. 3, n. 2, 2024. Disponível em: https://revistas.uceff.edu.br/reviva/article/view/833/721. Acesso em: 30 jun. 2025.
Shi JW, Lai ZZ, Yang HL, Yang SL, Wang CJ, Ao D, Ruan LY, Shen HH, Zhou WJ, Mei J, Fu Q, Li MQ. Collagen at the maternal-fetal interface in human pregnancy. Int J Biol Sci. 2020 May 25;16(12):2220-2234. doi: 10.7150/ijbs.45586. PMID: 32549767; PMCID: PMC7294936.
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Yamaguchi K, Nakayama J, Yamamoto T, Semba K, Shirota T, Yamamoto Y. Collagen induction of immune cells in the mammary glands during pregnancy. Physiol Genomics. 2024 Feb 1;56(2):128-135. doi: 10.1152/physiolgenomics.00098.2023. Epub 2023 Nov 13. PMID: 37955336; PMCID: PMC11281812.
Salari, N., Mohammadi, A., Hemmati, M. et al. The global prevalence of low back pain in pregnancy: a comprehensive systematic review and meta-analysis. BMC Pregnancy Childbirth 23, 830 (2023). https://doi.org/10.1186/s12884-023-06151-x
König D, Oesser S, Scharla S, Zdzieblik D, Gollhofer A. Specific Collagen Peptides Improve Bone Mineral Density and Bone Markers in Postmenopausal Women-A Randomized Controlled Study. Nutrients. 2018 Jan 16;10(1):97. doi: 10.3390/nu10010097. PMID: 29337906; PMCID: PMC5793325.